FALA 24 Artes - TOPO NOTÍCIAS (9).png

Oficinas de documentário independente e de impacto marcam

a programação do 3º FALA São Chico

Carol Marins e Luciano Burin trouxeram abordagens complementares, compartilhando de sua experiência no audiovisual e aconselhando realizadores e entusiastas da área

 

Duas oficinas de documentário marcaram o segundo e terceiro dia do 3º Festival Audiovisual Latino-Americano de São Francisco do Sul – FALA São Chico 2024. Carol Marins e Luciano Burin abordaram sobre Documentário de Impacto e Documentário Independente para um público formado por realizadores, professores, produtores culturais, músicos e entusiastas do audiovisual. A atividade foi realizada no Centro Cultural Ester dos Passos Rosa, no Centro Histórico da cidade, na quinta, 20, e sexta-feira, 21, e totalizou oito horas de formação.

 

As oficinas ocorreram de forma intercalada em ambos os dias, devido à relação entre os dois temas. Carol apresentou as diferenças do audiovisual de impacto — focado em causas sociais, políticas e ambientais — e a produção de conteúdo tradicional, trazendo como exemplo o filme Vãnh Gõ Tõ Laklãnõ (2022), sobre o povo Laklãnõ/Xokleng, o qual foi produtora, e A Procura dos Vingados,  longa que é roteirista, diretora e pesquisadora, que trata de sobreviventes da Guerra do Contestado. 

 

O conteúdo abraçou desde a pesquisa prévia; passando pelo processo de integração da comunidade a ser pesquisada, na pré-produção; até a fase de exibição, que, explicou, vai além das salas de cinema, adentrando escolas, instituições e ONGs.

“Somos uma ferramenta para que eles possam contar a história deles e para que essa história alcance lugares além do território habitual. Para isso, temos que pensar ‘qual o propósito do meu filme?’. A causa tem que ser verdadeira, genuína. Antes de tudo, você deve acreditar no que está trazendo para a tela”, destacou Carol.

 

A produtora, roteirista e sócia da Calendula Filmes também falou sobre a importância do envolvimento de agentes e atores sociais envolvidos com a causa na produção de obras de impacto social, pela solidificação e credibilidade que agregam ao projeto. Carol ainda deu exemplos de lugares, ferramentas e incentivos que possibilitam os recursos necessários para essas produções.

 

Contribuindo com o conteúdo trazido por Carol, o diretor de Pegadas Salgadas e A Pedra e o Farol, Luciano Burin, trouxe para os participantes da oficina sua experiência na realização de produções independentes, bem como os desafios, as vantagens e desvantagens, e principais conselhos para quem busca seguir neste ramo.

 

“Uma das melhores coisas de ser independente é ter liberdade para criar o que quer. Porém, você lida com o baixo orçamento, o acúmulo de funções e com a sombra de querer desistir. Por isso, é necessário ter muita resiliência. Pensem: que temática os motivariam a trabalhar dessa forma? Quais são as suas motivações pessoais? Procure por algo que te represente”, destacou Burin.

 

Ambas as oficinas tiveram participação ativa dos inscritos. Além de os ministrantes proporem exercícios, a atividade se desenvolveu como um bate-papo, com muita troca de experiências e os participantes trazendo as temáticas abordadas para dentro da sua área.

 

O FALA São Chico 2024 é produzido através da Lei de Incentivo à Cultura e por meio do Programa de Incentivo à Cultura - PIC, do Governo do Estado de Santa Catarina aprovado pela Fundação Catarinense de Cultura. Tem parceria das empresas especializadas em audiovisual DOT, Link Digital, Media Mundus, Mistika e Naymovie. Apoio institucional da Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul e da Fundação Cultural Ilha de São Francisco e Associação Empresarial São Francisco do Sul. Com apoio Wana e Full Port e Incentivo do Grupo Krona e Condor.  Realização Associação Cultural Panvision, Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.

 

O Festival será realizado de 19 a 22 de junho. A programação completa está disponível no site falasaochico.com.br/ e nas redes sociais @falasaochico